As galinhas enfrentam graves problemas quando são confinadas em gaiolas para a produção de ovos. Apesar deste problema ser amplamente reconhecido pela comunidade científica há décadas, mais de 95% das galinhas no Brasil ainda são submetidas a esse sofrimento.

Grandes redes como Veran, Pão de Açúcar, Carrefour e Dia já assumiram o compromisso de não mais comercializar ovos provenientes de sistemas de gaiolas.

Dentro delas, cada ave tem uma área menor que o tamanho de uma folha de caderno. Essa limitação impede movimentos básicos, como esticar as asas e dar alguns passos, além de impossibilitar comportamentos naturais e essenciais da espécie, como tomar banho de poeira, empoleirar, ciscar e ter acesso a ninhos. Essa intensa restrição de movimentação resulta em danos físicos e psicológicos para as galinhas.

Além disso, o confinamento em gaiolas pode levar ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos e doenças, como osteoporose e fígado gorduroso, devido à falta de atividade física. O estresse causado pelo confinamento também afeta negativamente o sistema imunológico das aves, tornando-as mais suscetíveis a doenças.

Um dos estudos mais completos sobre salmonela e ovos é da European Food Safety Authority (EFSA), em que foram avaliadas 5.310 granjas, distribuídas em 24 países, e mais de 30.000 amostras de fezes foram coletadas. A conclusão deste relatório afirma que galinhas criadas em gaiolas têm maior probabilidade de estarem contaminadas por salmonella. A doença é responsável por um terço dos surtos transmitidos por alimentos no Brasil e o ovo é o principal causador desses surtos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já advertiu que o novo coronavírus não será a última pandemia e lembrou que os avanços sanitários serão insuficientes se não houver mudanças com relação à questão climática e ao bem-estar animal.

Abaixo, veja imagens captadas por nossos investigadores que ilustram a realidade enfrentada por essas galinhas.