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Animal Equality está preocupada com as ondas de calor no Brasil

setembro 25, 2023 Atualizado: setembro 22, 2023

Situação é mais crítica para animais criados para consumo humano que vivem em gaiolas e/ou em ambientes com alta densidade animal.

Esta semana, o site MetSul Meteorologia alertou  que o Brasil está prestes a enfrentar uma onda de calor excepcional, com temperaturas atingindo a marca de 40ºC a 45ºC, representando um risco significativo à vida. Esta onda de calor está prevista para abranger grande parte do país, com marcas extremas e, possivelmente, recordes em alguns estados.

Organizações de proteção animal alertam para o fato de que ondas de calor causam sérios problemas aos animais. No caso dos animais nas granjas e fazendas do Brasil a situação é ainda mais preocupante. Muitas dessas instalações não possuem sistemas modernos de climatização e dependem quase que exclusivamente de ventiladores para ajudar os animais a dissiparem o calor corporal. Frangos, galinhas, porcas reprodutoras e vacas leiteiras sofrem com as altas temperaturas, que podem levar à morte desses animais. Em outubro de 2020, por exemplo, as altas temperaturas resultaram na morte de mais de um milhão de galinhas apenas no município de Bastos (SP), que é um dos maiores produtores de ovos do país. A previsão para os próximos dias é que a temperatura em Bastos atinja 42 graus.

Mesmo sem uma onda de calor severa, infelizmente já é comum que animais morram, em menor quantidade, todos os dias, nas fazendas pelo Brasil. Nas criações de ovos isso é muito comum e ocorre devido ao confinamento em gaiolas que não permite que eles busquem locais mais frescos, muitas vezes os expostos diretamente ao sol sem qualquer possibilidade de se mover. A alta densidade animal (superlotação) também agrava essa situação, e algumas espécies, raças de animais e fases produtivas são mais suscetíveis ao calor do que outras. É importante ressaltar que atualmente não existem normas no Brasil que previnam situações de sofrimento e morte por calor nas fazendas e granjas. 

Carla Lettieri, Diretora Executiva da Animal Equality Brasil, comentou sobre a situação: “Com o agravamento da  emergência climática, situações como essas irão se tornar cada vez mais frequentes. Por isso é urgente que a produção de animais confinados seja substituída por produções sem gaiolas ou quaisquer outros mecanismos de confinamento extremo. Carla Lettieri, acrescentou ainda que o ideal é reduzir ou até mesmo substituir a alimentação à base de proteína animal por uma alimentação à base de vegetais. Um  estudo publicado na Nature Food, que demonstra que quanto mais carne é consumida em uma dieta, pior é para o meio ambiente. O estudo abrangeu as emissões de gases de efeito estufa, o uso do solo, o uso da água, o impacto na biodiversidade e a eutrofização. Por exemplo, as emissões de metano foram 15,3 vezes maiores para dietas baseadas em alto consumo de carne do que para os veganos. Para as emissões de dióxido de carbono, as dietas com grandes quantidades de carne foram mais de três vezes maiores do que para os veganos.

A atual onda de calor e a falta de cuidados mínimos que garantam o bem-estar dos animais são preocupações compartilhadas por organizações de proteção animal, como a Animal Equality e o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal.

Taylison Santos, Diretor Executivo do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal alerta que é importante que os animais sejam respeitados e valorizados pelas vidas que eles possuem e não apenas pela utilidade econômica que representam, e deixem de ser considerados apenas números ou perdas financeiras para os produtores quando essas tragédias acontecem. “É dever das ONGs alertar a população e cobrar medidas concretas das empresas, bem como fiscalização por parte dos órgãos competentes. É inadmissível que milhões de animais morram porque as granjas não fazem investimentos em climatização e não proporcionam um ambiente adequado para a criação desses animais”, afirma Taylisson. 

Empresas que se preocupam com políticas ESG (Ambiental, Social e de Governança) devem levar em consideração esses fatores ao comprar produtos de origem animal e pressionar para que sua cadeia de abastecimento atendam padrões que garantam o bem-estar dos animais, incluindo o conforto térmico.

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