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Comunicado da Animal Equality sobre a Nota aos Clientes do Supermercado Delta

Animal Equality lança respostas aos pontos apresentados pela rede
outubro 4, 2023 Atualizado: novembro 10, 2023

No dia 02 de outubro, os Supermercados Delta emitiram, nas redes sociais, uma nota aos clientes para dar esclarecimentos sobre o protesto realizado pela Animal Equality em três lojas da rede, em Piracicaba, no dia 30 de setembro.  A Animal Equality, exercendo seu direito de resposta, esclarece os seguintes pontos do comunicado:

“Neste sábado, algumas de nossas lojas foram palco de protestos organizados pela ONG Animal Equality Brasil. Reconhecemos e respeitamos o direito à livre expressão e manifestação. No entanto, lamentamos que a forma de atuação escolhida por esta organização envolve a distribuição de informações incorretas e caluniosas sobre a nossa empresa”.

Os protestos são uma forma legítima e legal da sociedade civil expressar seu descontentamento tanto com o poder público, quanto com o poder privado. Nossa ação foi extremamente pacífica e atuou dentro dos limites permitidos pela lei. Quanto à alegação de que oferecemos informações caluniosas e incorretas, a rede ignora que de acordo com o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, o consumidor tem direito “à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como os riscos que apresentem”. Isso inclui saber como foram produzidos, especialmente quando existem estudos científicos demonstrando que os ovos de galinhas produzidas em gaiolas possuem maiores riscos de contaminação por Salmonella, uma bactéria que pode ser letal aos seres humanos.  A Salmonella é responsável por um terço dos surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil e o ovo é o principal causador desses surtos.

“Primeiramente, gostaríamos de esclarecer que não somos produtores de ovos e não temos fazendas de galinhas. Nosso papel é o de um varejista que busca oferecer uma gama diversificada de produtos para atender às diversas necessidades e valores de nossa clientela. Oferecemos tanto ovos de galinhas de granja quanto ovos caipiras para garantir que nossos clientes tenham opções”.

As empresas do varejo, embora não produzam alimentos, devem por responsabilidade solidária assegurar-se de que os produtos que vendem sejam produzidos de forma legal, ética e que assegurem a saúde do consumidor.  O papel do varejista não é apenas oferecer produtos diversificados e de valores variados para a clientela, mas fazê-lo com responsabilidade social. Nosso pedido ao Delta é no sentido de que assumam um compromisso com a sociedade de banir, até 2028, os ovos de galinhas presas, oferecendo ovos de galinhas livres de gaiolas. Esclarecemos que estes ovos não são ovos orgânicos e nem caipiras, que são muito mais caros, mas são ovos que já possuem uma ampla oferta de fornecedores e que apenas se diferenciam pelo fato das galinhas não viverem por toda sua vida confinadas em gaiolas, onde o espaço que possuem para se locomover é menor que uma folha de caderno.

O sistema de gaiolas é um sistema que está muito distante do ambiente que a galinha viveria na natureza. Dessa forma, ela não consegue manifestar os comportamentos naturais da espécie, como por exemplo, ciscar, botar ovos em ninhos, subir em poleiros e tomar banho de areia. A impossibilidade de manifestação desses comportamentos e a severa restrição de espaço geram danos físicos e psicológicos aos animais. A privação desses comportamentos é muito estressante para as galinhas. O estresse pode atrapalhar o funcionamento do sistema imunológico, podendo levar ao aumento de doenças durante a criação desses animais. De modo geral, melhorar o bem-estar das aves provavelmente irá resultar em uma ave mais saudável e o bem-estar prejudicado, como ocorre nas gaiolas, irá facilitar o aparecimentos de enfermidades. 

“Continuaremos a trabalhar com empenho para fornecer a você, nosso cliente, uma experiência de compra que respeite seus valores e seu orçamento. Estamos abertos ao diálogo e à crítica construtiva e estamos constantemente avaliando formas de tornar nossas práticas mais sustentáveis e éticas”.

Há dois anos nosso time de Relações Corporativas vem insistentemente entrando em contato com o Delta e tentando dialogar com a empresa. Eles argumentam que já oferecem ovos livres de gaiolas e que não é possível assumir um compromisso para banir 100% da oferta de ovos de galinhas criadas presas em gaiolas. Nós esclarecemos que esta transição é até 2028, um prazo muito tranquilo para realizar a transição, especialmente porque, de fato, a rede já possui uma boa oferta de ovos de galinhas livres.

No dia 20 de junho, o Delta fez um post em suas redes sociais mencionando a Animal Equality e dando a entender que apoiamos a posição deles de não fazer o compromisso para tornar-se 100% livre de gaiolas, o que é uma informação falsa.

Acreditamos que se a Diretoria do Delta estiver realmente aberta ao diálogo irá perceber que assumir esse compromisso e se juntar às 192 empresas que já o fizerem é um passo muito positivo para a empresa, para seus clientes e para toda sociedade. Grandes mudanças não são feitas apenas por grandes players. Empresas médias e pequenas também podem se orgulhar de como operam e devem ter valores empresariais que apoiem o bem-estar animal.

Há também um grande valor agregado para uma pequena empresa implementar reformas significativas de bem-estar animal, especialmente se elas puderem implementar as mudanças antes das grandes empresas.

A Animal Equality foca parte dos seus esforços em conseguir compromissos de empresas pelo fim das gaiolas, porque priorizamos acabar com as práticas mais cruéis que fazem os animais sofrerem com mais intensidade e por mais tempo. As galinhas na indústria de ovos passam cerca de 1 ano e meio dentro de gaiolas minúsculas, onde não podem sequer se mexer. Após uma vida de intenso sofrimento, os animais que não morreram ao longo do processo, são transportados e levados ao abate. 

Outras informações:

Ao longo das negociações, todas essas informações foram passadas ao Delta.

As decisões tomadas pelas empresas têm um grande impacto na vida das galinhas. Se você analisar, empresas como restaurantes, supermercados e padarias são os clientes das granjas, ou seja, os consumidores finais não compram os ovos diretamente de quem os produz. A opinião que importa para eles é a de seus grandes consumidores. Se a empresa fizer uma política para eliminar as gaiolas, o produtor terá que mudar as terríveis condições em que as galinhas vivem. É um efeito dominó.

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 12 das Nações Unidas visa  “assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”. Isso significa comprar produtos com atributos éticos e de sustentabilidade, uma vez que é responsabilidade das empresas terem controle sobre toda a sua cadeia de suprimentos.

Para esclarecer, não estamos pedindo uma transição completa para ovos caipiras, mas para ovos livres de gaiolas (cage-free). É importante diferenciar porque os preços do caipira são muito mais altos. Além disso, a ideia não é excluir ou penalizar aqueles que dependem de opções mais acessíveis, mas fazer com que produtos com bem-estar animal elevado não sejam um privilégio para poucos.

Não estamos pedindo mudanças amanhã, mas sugerindo um período de transição gradual. Mais de 192 empresas no Brasil já assumiram compromissos livres de gaiolas e a maioria têm o prazo de 2025. A mudança do mercado é inevitável e o poder está nas mãos das empresas. A adoção da política é o primeiro passo. Durante esse tempo, como toda a cadeia de abastecimento terá que se adequar com o novo padrão livre de gaiolas, os custos diminuirão.

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