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Deixar de usar canudos plásticos irá salvar os oceanos?


Estudos apontam a pesca industrial como a maior responsável pelo desastre ambiental nos nossos mares

Por Thais Schreiner

Você provavelmente já ouviu falar sobre a Grande Ilha de Plástico do Oceano Pacífico.

Resultado do acúmulo de resíduos humanos mal descartados, o fenômeno negativo virou capa de revista, mote de campanhas e assunto de pesquisas feitas por especialistas e entidades interessados em resolver ou, pelo menos, amenizar e frear a questão. Uma pesquisa feita pela organização holandesa Ocean Cleanup sugere que ao menos 79 mil toneladas de plástico estão concentradas em uma área de aproximadamente 1,6 milhão de m2, o equivalente ao dobro do território da França. E o quadro só tende a piorar: segundo a mesma pesquisa, o consumo global anual de plástico é de 320 milhões de toneladas e, na última década, a produção desse material foi maior do que nunca.

Do enorme volume acumulado na Ilha de Plástico, os cálculos aproximados feitos pela Ocean Cleanup estimam que, em média, 8% correspondem a microplásticos — que podem vir de resíduos de cosméticos a pequenos pedaços do material já triturados –, ao passo que outros 46%, ou seja, quase metade do que existe lá hoje, vem de redes de pesca. Mudanças de hábitos já ajudam bastante — parar de usar embalagens plásticas no dia a dia, abandonar o uso de canudos, consumir marcas que tenham um programa de reciclagem entre suas premissas, tudo isso é bastante válido para reduzir a poluição dos oceanos, que afeta a vida dos animais e também dos humanos, no curto, médio e longo prazo.

Ainda assim, a verdade está bastante clara: para desacelerarmos de fato o desastre que vem acontecendo, a atitude mais eficaz é deixar de consumir peixes e os demais animais marinhos. Se a sua motivação vai desde a questão ambiental até o amor e respeito aos animais, você tem ainda mais razões: o descarte incorreto dessas redes é responsável pela morte de inúmeros animais marinhos, que se enroscam ou engasgam com o que vai parar no fundo do mar. E o problema não são só as redes tradicionais: de acordo com dados divulgados pela ONG World Animal Protection, 640 mil toneladas das engrenagens da indústria da pesca são descartadas nos oceanos anualmente, matando baleias, tartarugas e até aves que têm as águas como seu habitat natural.

Não bastasse isso, as pescas de arrasto capturam tudo quanto é ser vivo, de peixes à golfinhos, que, só depois de mortos, são analisados com relação ao que realmente será usado ou é interessante financeiramente. Compactuar com essa indústria é, então, a pior maneira de contribuir com a poluição do meio ambiente e a extinção de várias espécies de animais. A pesca industrial, além de não sustentável ambientalmente, é feita de maneira indiscriminada e irracional, tornando-se ainda mais injusta com seres inocentes que têm todo direito à vida.


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