Por que empresas devem se preocupar com os frangos?

O foco crescente no ESG (Environmental, Social and Governance) está impulsionando as empresas do setor de alimentos a adotarem práticas mais responsáveis em relação ao bem-estar animal. Investidores, reguladores e consumidores estão cada vez mais atentos às questões ambientais, sociais e de governança das empresas, o que significa que o bem-estar dos animais agora também é um fator a ser avaliado.

Neste cenário, entra em ação o Better Chicken Commitment (BCC), que é uma política de bem-estar animal que tem ganhado destaque, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Esta iniciativa representa um compromisso significativo por parte das empresas do setor alimentício em melhorar as condições de vida dos frangos de corte ao longo de toda a cadeia de produção.

O BCC estabelece uma série de padrões para garantir o bem-estar físico e comportamental dos frangos, desde a criação até o abate. Os aspectos abordados por essa política são o espaço disponível nos galpões, a qualidade do ar e da cama, o acesso a luz natural ou artificial adequada, raças/linhagens que demonstram melhores resultados em relação ao bem-estar, enriquecimento ambiental e métodos de pré-abate que provoquem menos sofrimento aos animais.

Para saber mais sobre os parâmetros do BCC, clique aqui.

Os brasileiros se preocupam com bem-estar animal?

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, a pedido do Fórum Nacional de Proteção e defesa Animal, revelou que 9 em cada 10 brasileiros estão preocupados com as condições de bem-estar dos animais.

A pesquisa também apontou que 84% dos entrevistados trocariam de supermercado se soubessem que o estabelecimento compra produtos de fazendas em que o animal é submetido a sofrimento.

Entretanto, a descoberta mais interessante foi o alto grau de conscientização das classes D e E, as mais pobres e que muitas pessoas acreditam se preocuparem exclusivamente com o preço dos alimentos. Nas classes D e E 68% responderam se importar muito com o sofrimento dos animais, enquanto na classe C a porcentagem foi um pouco menor (64%) e nas classe A e B foi 59%.

O BCC já chegou ao Brasil?

Até março de 2024, data da publicação desta notícia, mais de 380 empresas já aderiram ao BCC na Europa. Nos Estados Unidos, a soma ultrapassa 200 empresas. Entre elas estão marcas como Unilever, Nestlé, Danone, Subway, KFC e Carrefour, que apesar de também atuarem no Brasil, ainda não possuem compromisso semelhante para os frangos criados aqui.

A Animal Equality já iniciou as negociações de compromissos com empresas no Brasil, mas até o momento, nenhum compromisso foi publicado. Ao assumir o primeiro compromisso com o Better Chicken Commitment (BCC), uma empresa não apenas se posicionará como líder do setor, mas também se estabelecerá como referência em responsabilidade corporativa, em especial no que diz respeito ao ESG, destacando-se pelo compromisso com o bem-estar dos animais.

No Brasil, cerca de sete bilhões de frangos são abatidos todos os anos, por isso, acreditamos que compromissos que melhorem a vida desses animais é uma maneira efetiva de reduzir o sofrimento de bilhões de animais no curto e médio prazo.

Qual o papel dos consumidores?

Cada vez mais conscientes e preocupados com as questões éticas e ambientais relacionadas à produção de alimentos, os consumidores estão exercendo sua influência por meio de suas escolhas de compra. O papel da Animal Equality, como uma organização de proteção animal, é também levar informação a população.

Desta forma, incentivamos a transição para uma alimentação a base de plantas, pois está é a melhor forma de proteger os animais.

Ao optarmos por alimentos de origem vegetal, estamos contribuindo diretamente para a redução do sofrimento animal. A indústria agropecuária frequentemente submete os animais a condições de vida e abate que são indignas e cruéis. Escolher alimentos à base de plantas é uma forma concreta de se opor a essas práticas e promover um mundo melhor para os animais.

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