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Campanha internacional pelo fim do desmatamento ilegal no brasil tem o apoio de Mateus Solano

setembro 3, 2021 Atualizado: setembro 21, 2021

Ator fez narração de vídeo que explica relação das queimadas e a pecuária, cobra providências do governo e pede para o público evitar o consumo de carne

Hoje lançamos uma campanha global pedindo ao governo brasileiro que tome medidas para impedir o desmatamento ilegal. Nos próximos dias a campanha também será lançada nos Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália, Índia e México. As imagens exclusivas, foram filmadas no ano passado pela equipe Animal Equality e foram narradas pelo ator Mateus Solano. 

Infelizmente, nos últimos dias, notícias sobre a seca e as queimadas no Pantanal vieram a tona novamente devido aos novos focos de incêndios que estão ocorrendo neste bioma. Assim como os biomas Cerrado e Amazônia, o Pantanal também vem sofrendo constantemente com o desmatamento e as queimadas. Esta época do ano é reconhecida pelo aumento do número de incêndios, principalmente os de grandes proporções.

Queimadas no Pantanal e Cerrado

A equipe de investigação da Animal Equality viajou  para o estado do Mato Grosso para documentar as queimadas ilegais no Pantanal e no Cerrado. Entrevistas realizadas com pessoas que estavam na linha de frente para conter o fogo, evidenciam que os fazendeiros estão ilegalmente ateando fogo em vegetação nativa para abrir campos que são convertidos em pastagens para bois, assim como também para o plantio de soja – que em sua maior parte é usada como ração para animais de produção.

As pessoas ficam muito tocadas pelas imagens das queimadas e dos animais mortos nos incêndios, mas esquecem que a exploração animal é uma das principais causas desses incêndios. Convidamos Mateus Solano para esta campanha porque ele representa um importante segmento da sociedade que está disposto a mudar seus hábitos para proteger os animais e o meio ambiente. Sem mudanças de atitudes, as preocupações com o meio ambiente são um discurso vazio.

Carla Lettieri, diretora executiva da Animal Equality Brasil

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou um aumento de 5,8% no número de incêndios entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020. No cerrado, o crescimento foi de 38%. Em 2020, segundo dados do  Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 29% da área do Pantanal, que se estende pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foi queimada. Isso é uma extensão equivalente a mais de 6 milhões de campos de futebol. Segundo pesquisa da MapBiomas, 99,8% do desmatamento no Brasil no ano passado mostrou indícios de atividade ilegal. 

Altos subsídios para a cadeia da carne bovina

A campanha chama a atenção para a responsabilidade do governo, que, ao subsidiar a pecuária, acaba por incentivar o desmatamento. O governo subsidia o setor de criação de animais na forma de incentivos, crédito rural, incentivos fiscais, desoneração de impostos e anistia de dívidas, e isso acaba, de certa forma, financiando desmatamentos e queimadas. Estudos realizados pelo Instituto Escolha demonstram que os subsídios para o setor totalizaram R$ 123 milhões entre 2008 e 2017, o equivalente a  R $12,3 bilhões por ano.

Pecuaria e desmatamentos ilegais

A pecuária é a maior causa do desmatamento no Brasil, e o país é o maior exportador mundial de carne bovina, exportando para 154 países. Em 2020, mais de 44 milhões de bois foram abatidos no Brasil e, desse total, mais de 20% foram exportados.

Atualmente, não existe um sistema de rastreamento que monitore toda a cadeia produtiva da carne bovina, portanto não é possível saber se os animais foram criados em área desmatada ilegalmente. O instrumento de fiscalização em uso, o Guia de Trânsito Animal, foi desenvolvido para monitoramento sanitário e só consegue detectar a última fazenda onde os animais estiveram antes de serem encaminhados para o abate. 

Essa falha no sistema facilita a ação dos pecuaristas que desmatam ilegalmente a vegetação protegida para abrir área para pastagem. Além de um sistema de rastreamento ineficaz, os animais de áreas desmatadas ilegalmente também podem ser encaminhados para matadouros clandestinos. Nesses matadouros, nem os mínimos padrões de bem-estar animal são respeitados e muitos animais são abatidos sem o atordoamento correto, sendo mortos ainda conscientes.

Junte-se a nós e peça ao governo federal que tome medidas concretas para acabar com o desmatamento ilegal. E lembre-se que a melhor forma de proteger nossas florestas e os animais é deixando os animais fora do seu prato.


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