Mais um vez, milhares de animais morrem afogados
A tragédia se repete em várias partes do mundo. 15.800 ovelhas se afogaram no porto sudanês de Suakin, no Mar Vermelho, depois que o navio que as transportava para a Arábia Saudita naufragou.
Embora as razões do naufrágio ainda não tenham sido esclarecidas, um dos responsáveis pelo porto afirmou que o navio parecia ter deixado o porto bem acima de sua carga máxima.
Testemunhas oculares garantiram que minutos depois de sair do porto, o navio inclinou 45 graus e afundou gradualmente. Os oito tripulantes foram resgatados, mas os animais, como sempre, se afogaram dentro do navio.
O navio tinha como destino a cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, um grande importador de cordeiros e ovelhas vivas. Se chegassem ao destino final, seriam abatidos para produção de carne.
2 bilhões de animais são transportados vivos a cada ano, tendo como destino final o abate
Todos os anos, em todo o mundo, mais de 2 bilhões de animais sofrem em viagens de longa distância. Eles viajam em ambientes superlotados, suportando altas temperaturas e em navios antigos que não são adaptados para transportar animais vivos. É impossível garantir o mínimo de bem-estar para esses animais, inclusive com casos onde foi relatado ausência de água e alimentação para os animais. Por isso, muitos morrem durante a viagem e são jogados ao mar, algumas vezes aparecendo nas praias.
A segurança destes navios está em questão há muito tempo. De acordo com um estudo recente realizado pelas organizações Robin des Bois, Animal Welfare Foundation e Tierschutzbund Zürich, os navios de transporte de gado são os mais perigosos do mundo. Com uma média de 41 anos, são muito velhos, contribuem para a poluição dos mares, são causadores de enorme sofrimento animal e foram aprovados como “navegáveis” por empresas duvidosas.
Transporte marítimo de animais vivos no Brasil
Obviamente, no Brasil isso não é diferente. Em 2015, ocorreu um caso semelhante, onde um navio com 5 mil bois naufragou no porto de Vila do Conde, em Barcarena – Pará. Após o incidente, três praias de Vila do Conde, o píer onde ocorreu o naufrágio e a praia de Beja, em Abaetetuba, foram interditadas e proibidas para qualquer tipo de atividade, por causa da intensa contaminação ambiental devido a tantos animais mortos na água e derramamento de óleo. De acordo com ação do Ministério Público Federal, o dano socioambiental para os moradores dos municípios de Barcarena e Abaetetuba soma R$ 71 milhões em indenizações. Seis anos após o incidente, as famílias não receberam a indenização.
Outro caso que teve muita repercussão no Brasil foi o embarque de 27 mil bois no porto de Santos em 2018. Após denúncias e manifestações de ativistas, uma médica-veterinária entrou no navio e laudou os maus-tratos que os animais estavam sofrendo enquanto o navio estava atracado no porto. Além dos maus-tratos, as empresas envolvidas também receberam multas na casa dos milhões por causa de impactos ambientais. Mas o lucro e o poder dessas empresas é tão grande, que elas parecem não se importar e continuam repetindo os meus erros e gerando os mesmos problemas. Relembre o caso clicando aqui.
Estes são apenas alguns exemplos e precisamos ter em mente que mensalmente milhares de animais saem do Brasil em uma viagem marítima desumana, que pode durar muitas semanas. Precisamos impedir que isso continue.
Por isso, hoje, no dia internacional de conscientização contra a exportação de animais vivos, estamos apoiando uma petição realizada pela Mercy For Animals que pede ao Congresso Nacional que proíba a exportação de animais vivos. Clique aqui para assinar a petição.
Atualmente, tramitam no Congresso três projetos de lei que visam proibir, em todo o território nacional, a exportação de animais vivos para abate, são eles o PL 357/2018, o PL 3093/2021 e o PL 3016/2021.
Você ficou indignado com essas informações e quer saber como pode ajudar os animais? Você pode apoiar nosso trabalho para que possamos continuar revelando ao mundo o que a indústria da exploração animal tenta esconder.
Obrigada por seguir defendendo os animais! E lembre-se, a melhor forma de protegê-los é os deixando fora do seu prato.