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Bourbon e Blue Tree seguem sem políticas para eliminar ovos de galinhas em gaiolas e recebem críticas crescentes

abril 10, 2025
Galinha enjaulada na indústria de ovos
Galinha sofrendo consequências do confinamento extremo

Neste último mês, ativistas liderados pela Animal Equality, organização global de proteção animal, intensificaram suas campanhas junto a redes hoteleiras como Bourbon e Blue Tree, pedindo uma política para eliminar a compra de ovos de galinhas confinadas em gaiolas das redes. 

Durante o evento Turistech Summit 2025, que reuniu representantes de mais de 30 empresas para discutir sustentabilidade, a Animal Equality, junto a voluntários, realizou uma ação de conscientização. Diante da presença de um representante da rede Bourbon, a organização questionou se a política de sustentabilidade da empresa inclui os animais e quando a rede assumirá o compromisso de banir a compra de ovos de galinhas confinadas em gaiolas.

Com relação à  rede Blue Tree, a fundadora e CEO da rede, Chieko Aoki, foi questionada em um evento na Universidade de São Paulo (USP) sobre a viabilidade de adotar uma política para banir gaiolas da rede de suprimentos dos hoteis. Em sua resposta, Chieko Aoki reconheceu a crescente pressão da campanha no setor: “Essa é uma questão que está circulando em todas as redes hoteleiras, que está sendo discutida em fóruns de hotelaria. Todos receberam o recado de vocês.”, disse.

Na ocasião, a Animal Equality entregou à executiva mais de 80 mil assinaturas da campanha Brasil Sem Gaiolas, que pede o fim do confinamento de galinhas em gaiolas no país. Isadora Lemes, gerente de campanhas da organização, destacou: “Durante o evento, a senhora Chieko Aoki afirmou que a indústria da hospitalidade é a indústria da paz. Está na hora de o Blue Tree mostrar que isso se estende à sua cadeia de fornecimento. A Animal Equality seguirá trabalhando para que as redes hoteleiras adotem políticas que reduzam o sofrimento dos animais e eliminem as gaiolas de sua cadeia de suprimentos.

Hóspedes questionam redes sobre origem dos ovos

Diversos hóspedes vêm manifestando suas preocupações sobre o tema. No site Reclame Aqui, há mais de 200 reclamações direcionadas às unidades das redes Bourbon Hospitalidade e Blue Tree, questionando a falta de uma política cage-free. “Há duas semanas, recebi uma resposta do Blue Tree Hotels mencionando que estão “fiscalizando a [Editado pelo Reclame Aqui] de suprimentos” e “avaliando a possibilidade de uma transição” para ovos livres de gaiolas. No entanto, desde então, não houve qualquer atualização ou compromisso concreto sobre essa questão.”, afirma uma das reclamações protocoladas no site. 

Marina Andrade Araujo ilustra essa falta de transparência. Durante sua estadia em uma unidade do Blue Tree no interior de São Paulo, ela perguntou a funcionários sobre a política da rede em relação ao uso de ovos de galinhas confinadas em gaiolas, mas ninguém soube responder. “Fiquei surpresa ao perceber que ninguém na equipe conseguiu me informar sobre a origem dos ovos usados pelo hotel. Como consumidora, espero transparência e um compromisso claro com práticas mais éticas.”, comentou Marina. 

A demanda por maior compromisso ético das redes hoteleiras reflete uma mudança no perfil dos viajantes, que buscam hospedagens alinhadas aos seus valores. Segundo um relatório da Booking.com, 49% dos viajantes afirmam que acomodações com certificações sustentáveis são mais atraentes, reforçando a importância de políticas claras e responsáveis.

Problemas para os animais e riscos para a saúde pública

As galinhas confinadas em gaiolas vivem em espaços extremamente reduzidos que as impossibilitam de expressar comportamentos naturais, como esticar as asas e ciscar, gerando intenso sofrimento. De acordo com o Animal Welfare Footprint Project (AWFP), uma média de pelo menos 275 horas de dor incapacitante, 2.313 horas de dor intensa e 4.645 horas de dor incômoda são evitadas para cada galinha criada em um sistema livre de gaiolas.

Além disso, o estresse e a falta de mobilidade enfraquecem o sistema imunológico das aves, tornando-as mais vulneráveis a infecções, como por exemplo, a salmonelose. Para conter problemas de saúde nas aves, os produtores fazem uso excessivo de antibióticos, contribuindo para a resistência antimicrobiana, um problema de saúde global.

Grandes redes já assumiram compromisso

O setor hoteleiro já está se movendo nessa direção. Redes como Accor, Atlantica, Best Western, Choice, Club Med, Fasano, Unique, Hyatt, Intercity, InterContinental, Marriott, Minor, Palladium e Wyndham possuem políticas cage-free em suas operações no Brasil.

A Accor comprometeu-se a eliminar completamente os ovos de galinhas confinadas em gaiolas até 2025 em suas operações nas Américas. Hoje, 98% dos hotéis da rede nos Estados Unidos e Canadá já utilizam ovos de galinhas livres de gaiolas, assim como 87% na América Central e Caribe e 59% na América do Sul. A Fasano concluiu sua transição no fim de 2024, enquanto a Wyndham atingiu 70% de progresso global no último ano, com a meta de alcançar 100% cage-free até o final de 2025.

Essas iniciativas reforçam não apenas o compromisso com o bem-estar animal, mas também o alinhamento com a crescente preocupação dos consumidores. “A eliminação de ovos de gaiolas não é apenas uma mudança logística, mas um compromisso com a ética e a saúde pública. O setor hoteleiro não pode ignorar essa demanda”,  afirma Julia Almeida, Gerente de Relações Corporativas da Animal Equality.

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