Em setembro, a Animal Equality publicou uma investigação sobre o desmatamento do Pantanal e das savanas do Cerrado no Brasil, alguns dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Nossos investigadores viajaram ao estado do Mato Grosso, o maior produtor de carne bovina do Brasil, para documentar os incêndios ilegais e filmar a vida selvagem ferida fugindo dos incêndios enquanto vacas recém introduzidas pastavam na paisagem carbonizada. A partir de entrevistas com ativistas locais na linha de frente, descobrimos que a maior parte da devastação é causada por incêndios florestais intencionalmente ateados por pecuaristas para desmatar terras para criar vacas e fornecer remessas internacionais de carne bovina. Os animais são enviados para abatedouros sem licença e sem padrões mínimos de bem-estar, e são brutalmente abatidos sem atordoamento prévio.

A Animal Equality está pedindo ao Congresso Nacional Brasileiro e aos líderes mundiais dos EUA, México, Itália, Alemanha e Espanha que medidas sejam tomadas para pôr fim ao abuso animal e devastação ambiental.

Em julho, a Animal Equality lançou uma investigação sobre galinhas submetidas à inanição deliberada para aumentar sua produção de ovos, uma prática cruel chamada de “muda forçada”. As galinhas são privadas de alimento e água por 7-14 dias. Além de passar fome extrema, o estresse faz com que os animais percam as penas protetoras e se tornem mais suscetíveis a doenças.

As imagens de nossa investigação mostraram:

• Galinhas com cloaca inflamada, com a presença de pus e sangue.
• Galinhas com bicos mal cortados e pernas machucadas e malformadas.
• Uma área da fazenda onde as aves moribundas são abandonadas sem atenção veterinária.
• Até 6 galinhas em uma gaiola, com seus membros presos entre as barras.

A investigação ocorreu no principal estado produtor de ovos do México, Jalisco. Como resultado de nossa investigação, a Animal Equality apresentou uma iniciativa no Congresso de Jalisco que pede a proibição do muda forçada.

A investigação foi coberta por 20 veículos de notícias, incluindo o Grupo Reforma, ADN40 Televisión, e Mural.

Em julho, divulgamos uma investigação documentando o sofrimento e abuso em uma fazenda de porcos na região da Lombardia no norte da Itália. Ela é o seguimento de uma investigação anterior de outra fazenda afiliada ao Grupo Bompieri, conhecida por sua reputação de “Excelência Made in Italy”.

A investigação realizada em colaboração com a televisão italiana local revela condições de vida cruéis e insalubres, incluindo:

• Animais mortos, mumificados e putrefeitos, nos corredores da fazenda, em violação à lei.
• Animais com grandes cistos, feridas e hérnias.
• Animais que vivem em gaiolas inundadas por esgoto não tratado, com seus alimentos também contaminados com fezes e insetos.

Esta é uma das piores situações que já vimos, mas é apenas um vislumbre do que a indústria esconde do público. A Animal Equality denunciou a fazenda às autoridades locais, instando-as a intervir.

Em maio, a Animal Equality divulgou um relatório sobre as consequências ambientais catastróficas da agricultura industrial. A informação foi a conclusão de dois anos de investigações em numerosas fazendas industriais em Jalisco, um estado produtor da maior parte dos produtos animais do México. Foi também um acompanhamento das descobertas de nosso pequeno documentário, Inimigo do Planeta, que mostra os danos ecológicos visíveis da região através de imagens de drones.

Durante nossas extensas investigações, nós descobrimos:

• Altos níveis de emissões de gases de efeito estufa pelos lagos cheios de excrementos de animais.
• Derrames de águas residuais que provocam o florescimento de algas e “zonas mortas” nos lagos da região.
• Odores tóxicos decorrentes do manejo inadequado de resíduos biológicos infecciosos.

Denunciamos 44 fazendas às autoridades locais, pedindo que alas fossem fechadas e consideradas responsáveis pelo reparo dos danos ambientais causados.

Em março, a Animal Equality realizou uma investigação das pisciculturas na Índia, expondo as práticas abusivas da produção intensiva de peixes. O que descobrimos dentro dos ambientes lotados e não naturais não foi apenas cruel, mas também ilegal. Uma prática particularmente brutal é a “ordenha de peixe”, um processo extremamente doloroso no qual os ovos de uma fêmea de peixe são espremidos à mão enquanto o animal ainda está vivo. Além disso, a equipe de investigação descobriu:

• Condições de vida tão pouco higiênicas que os peixes precisam receber antibióticos.
• Os trabalhadores cortam as guelras do peixe sem atordoamento prévio, resultando no sangramento dos animais até a morte.
• Bagres conscientes, golpeados várias vezes em um esforço para abate-los.
• Crianças abatendo peixes, o que viola as leis do trabalho infantil.

O abuso testemunhado nessas fazendas está em violação direta da Lei de Prevenção da Crueldade contra os Animais da Índia e da Constituição do país. A Animal Equality relatou nossas descobertas ao governo da Índia e lançou uma petição dirigida às autoridades locais.

Em fevereiro, a Animal Equality divulgou uma investigação revelando as operações cruéis e perigosas das fazendas industriais dentro de uma fazenda de porcos no norte da Itália. A Animal Equality levou a jornalista italiana Roberta Spinelli a uma fazenda em Brescia – uma região que comercializa seus produtos com o selo de “Excelência Made in Italy”.

O que descobrimos não foi nada próximo às imagens pacíficas de animais em pastagens verdes retratadas pelos produtores da região. A equipe de investigação descobriu:

• Animais com cistos e lesões, incapazes de andar por causa de suas dolorosas feridas.
• Trabalhadores arrastando, com cordas, porcos desesperados pelas patas.
• Esgotos não descartados corretamente, poluindo as águas de uma vala próxima.

Com base em nossas conclusões, a Animal Equality apresentou uma queixa formal contra os proprietários de fazendas ao Ministério Público de Brescia e foi marcada uma audiência para meados de dezembro. Além disso, foi lançada uma petição na Itália dirigida à Presidência do Conselho e ao Ministro da Saúde pedindo que fossem realizados controles mais frequentes e eficazes para garantir o cumprimento das regras de higiene e bem-estar animal do país.

Com sua ajuda, a Animal Equality e uma coalizão de mais de 75 organizações sem fins lucrativos persuadiram a Yum! Brands a adotar uma política global de ovos livres de gaiolas. Incluindo as populares cadeias KFC, Pizza Hut e Taco Bell, este compromisso público afetará quase 50.000 locais em 150 países, o maior número de locais já impactados por uma única política de ovos livres de gaiolas. A maioria de suas localidades fará a transição até 2026, com uma meta global de conclusão até 2030. A empresa de fast food também concordou fornecer relatórios anuais de progresso para garantir a transparência.

Em junho, a Animal Equality recebeu o prêmio #Campaign4Animals de 2020 pela criatividade e impacto de grande alcance de nossa campanha para proibir a venda de animais vivos em mercados úmidos. O prêmio é concedido anualmente pelo Eurogroup for Animals, uma organização europeia de defesa dos animais cujo foco principal é melhorar o bem-estar do maior número possível de animais através de um trabalho eficaz de defesa jurídica e conscientização pública. Na Reunião Anual de 2021, os membros foram convidados a apresentar e votar na campanha vencedora. Os indicados foram obrigados a mostrar como sua campanha respondeu à crise da COVID-19, mobilizou apoiadores e impactou os animais.

A Animal Equality foi um dos oito a apresentar para 130 participantes dee 77 organizações membros. Em nossa apresentação, destacamos a estratégia cuidadosamente curada de nossa campanha, os recursos e a capacidade de engajar meio milhão de pessoas em todo o mundo para agir em prol dos animais.

Em setembro, o ator da TV britânica e defensor dos animais Peter Egan e o chef francês, de culinária baseada em plantas, Alexis Gauthier estrela Michelan, se juntou ao Animal Equality para entregar mais de 225.000 assinaturas ao governo britânico exigindo a proibição da importação e venda de foie gras produzido por patos e gansos alimentados à força.

Lançada em junho de 2017, a petição recebeu apoio político interpartidário e apoio de celebridades de Ricky Gervais, Joanna Lumley, Thandiwe Newton, Dev Patel, e Alan Carr.

Em homenagem ao Dia Nacional do Gato em 8 de agosto, o renomado especialista em comportamento de gatos e vegano Jackson Galaxy juntou-se à nossa campanha para proibir o comércio ilegal de carne de gato e cachorro. O vídeo de Jackson deu voz aos nossos companheiros sem voz e pediu aos apoiadores que ajudassem gatos e cães assinando nossa petição para uma proibição oficial do comércio ilegal de sua carne e peles na China.