Por que os pintinhos são triturados vivos?

A trituração de pintinhos machos é um tema que gera muitas dúvidas e preocupações, especialmente quando se descobre que, anualmente, 84 milhões de pintinhos são triturados vivos e conscientes no Brasil. 

A Animal Equality trabalha incansavelmente para banir essa prática cruel e promover alternativas mais éticas e sustentáveis. Neste texto, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre a trituração de pintinhos, explicar por que essa prática ainda existe e mostrar quais são as possíveis soluções para acabar com essa crueldade.

Como são feitos os pintinhos?

Os pintinhos nascem de ovos fertilizados, mas, ao contrário do que ocorreria na natureza, eles nunca conhecem suas mães. Isso porque nascem dentro de grandes máquinas chamadas incubadoras, que controlam a temperatura e a umidade para criar as condições ideais para o desenvolvimento dos embriões, de forma similar ao que a galinha faria para chocar os ovos. Após cerca de 21 dias, os pintinhos quebram a casca e nascem, mas, ao contrário do que acontece na natureza, eles não têm o conforto e a proteção de suas mães.

Por que os pintinhos machos são mortos logo após o nascimento?

A matança desses animais ocorre porque eles não têm utilidade para a indústria de ovos. Diferente das fêmeas, que crescem para se tornar galinhas produtoras de ovos, os machos não botam ovos e, por isso, não possuem utilidade nessa produção. Além disso, eles pertencem a uma linhagem genética diferente da dos frangos criados para carne, o que significa que seu crescimento é mais lento e não é rentável para a indústria. Dessa forma, nem a indústria de ovos nem a de carne têm interesse em criar esses pintinhos, já que eles não são lucrativos. Como consequência, a indústria adota uma prática cruel conhecida como “descarte”, na qual esses animais são eliminados logo após o nascimento, sendo tratados como lixo.

Como é feito o descarte de pintinhos?

Logo após o nascimento, os funcionários dos incubatórios – instalações equipadas com grandes máquinas que incubam os ovos, substituindo o papel das galinhas na natureza – realizam a separação entre os pintinhos machos e fêmeas. As fêmeas seguem para as granjas, onde serão criadas para se tornarem futuras produtoras de ovos, um destino igualmente cruel, marcado por confinamento em gaiolas, doenças e sofrimento.

Já os pintinhos machos são mortos ainda no primeiro dia de vida. No Brasil, o método mais utilizado para esse descarte é a trituração, na qual os filhotes são jogados vivos e conscientes dentro de grandes trituradores. Outras formas de eliminação incluem o uso de gases, que os asfixiam lentamente, ou o sufocamento, onde os pintinhos são empilhados em sacos plásticos até morrerem sem ar.

Assista ao vídeo em que nossos investigadores filmaram como esse processo ocorre:

O que pode causar a morte dos pintinhos?

No caso da trituração, método mais utilizado no Brasil, a morte ocorre porque o corpo do animal é fragmentado em vários pedaços ao passar pelas lâminas do equipamento. No entanto, quando o triturador apresenta falhas, alguns pintinhos podem não morrer imediatamente. Em vez disso, eles sofrem ferimentos graves e fraturas, ficando agonizando por horas até morrerem de fato. Essa situação torna o processo ainda mais cruel, prolongando o sofrimento dos animais.

O que fazer com os pintinhos machos?

A tecnologia de sexagem in ovo é considerada a alternativa mais ética e sustentável para evitar a morte de pintinhos machos. Ela permite identificar o sexo do embrião ainda dentro do ovo, antes da eclosão. Com isso, os ovos com embriões machos são retirados no início do processo de incubação, impedindo o nascimento de milhões de pintinhos que, de outra forma, seriam mortos logo após o nascimento.

Essa tecnologia já está sendo adotada em países como Alemanha, França e Itália. Além de evitar o sofrimento animal, a sexagem in ovo também reduz impactos ambientais, pois os ovos removidos podem ser reaproveitados por setores como a indústria farmacêutica, de higiene pessoal e de cosméticos, diminuindo o desperdício.

Atualmente, quando os pintinhos são triturados, eles se transformam em uma massa de rápida decomposição, sem muito valor econômico. Como resultado, muitas vezes esse resíduo é descartado de forma inadequada, contribuindo para a contaminação do solo, da água e do ar. Com a implementação da sexagem in ovo, esse problema pode ser significativamente reduzido. 

O que a Animal Equality tem feito para acabar com a matança de pintinhos? 

A Animal Equality tem atuado em três frentes principais:

1. Relações corporativas: Negociamos com empresas para que elas assumam compromissos públicos de banir fornecedores envolvidos na trituração de pintinhos, assim que a tecnologia de sexagem in ovo estiver disponível no Brasil. Graças às negociações da Animal Equality, oito milhões de pintinhos deixarão de nascer e portanto, não sofrerão com essa morte cruel. Empresas como Grupo Mantiqueira, Raiar Ovos, Planalto Ovos, Korin e Accor já assumiram esse compromisso.
2. Atuação no legislativo: Participamos da apresentação de dois projetos de lei (PL 410/23 e PL 783/24), um federal e outro estadual em São Paulo, que visam a proibição da matança dos pintinhos. Estamos agora trabalhando para garantir que esses projetos se tornem lei.
3. Educação e conscientização: Através das nossas campanhas, buscamos informar a sociedade sobre esse problema da indústria de ovos, permitindo que os consumidores façam escolhas mais éticas, como optar por uma alimentação vegana, que não contribui para esse tipo de exploração animal.

O que fazer para os pintinhos não morrerem?

Uma maneira de ajudar a evitar a matança dos pintinhos machos é apoiar iniciativas que buscam mudar essa realidade. 

Você pode contribuir com o trabalho da Animal Equality fazendo uma doação e assinando e compartilhando nossa petição, que pede a proibição da trituração de pintinhos no Brasil, clicando nos botões abaixo: 

Além disso, adotar uma alimentação à base de vegetais também é uma forma eficaz de reduzir a demanda por produtos de origem animal e, assim, combater práticas cruéis. Para te apoiar nesse processo, convidamos você a conhecer o Love Veg, uma plataforma que oferece informações e receitas gratuitas para quem deseja fazer a transição para uma alimentação mais ética e saudável.

Nuggets é feito de pintinhos? Nuggets é feito de restos? Enfim, nuggets: como é feito?

Uma dúvida muito comum entre os consumidores é se os nuggets são feitos de pintinhos triturados. A resposta é não, mas o processo de produção é tão horrível quanto essa imaginada.

Os nuggets são feitos principalmente de partes do frango que o consumidor normalmente repudia, seja por ter nojo ou por considerar o sabor e textura desagradáveis. Os restos da produção de carne utilizados nos nuggets são: pele, cartilagens, cabeça, pescoço, pés e outras partes que o consumidor se recusaria a comprar no mercado. Esses restos são moídos e viram uma pasta, ou seja, os nuggets não são pintinhos triturados, mas são partes do corpo do frango trituradas.  A mistura resultante é, então, tratada com conservantes e aditivos para melhorar o sabor do produto.

Além disso, a produção de nuggets envolve um sofrimento extremo para os animais. Frangos e galinhas são criados em condições cruéis, longe de seu ambiente natural, e muitas vezes são mortos de formas brutais. Ao consumir produtos como os nuggets, o consumidor está, na verdade, apoiando uma indústria que vê os animais como simples mercadoria, desconsiderando sua dignidade e sofrimento.

ESCOLHA ALTERNATIVAS VEGETAIS

Ovos, nuggets e qualquer produto de origem animal, como carne e leite, fazem parte de uma indústria que explora e causa intenso sofrimento aos animais. Ao consumir esses produtos, você está financiando essa crueldade. Considere reduzir ou eliminar o consumo desses itens e opte por alternativas mais éticas e compassivas.