Cresce o apoio de produtores de aves para banir a trituração de pintinhos vivos
Após negociações com a Animal Equality, a Planalto Ovos publicou um compromisso institucional de comprar pintainhas (futuras produtoras de ovos) apenas de incubatórios que não realizarem o sacrifício de pintinhos machos. No compromisso, a empresa afirma que passará a comprar pintainhas apenas de incubatórios que utilizem a sexagem in-ovo, assim que esta tecnologia estiver comercialmente disponível, aplicável e economicamente sustentável no Brasil. A Planalto Ovos também afirmou que irá apoiar quaisquer iniciativas do governo brasileiro que visem aprimorar as condições de bem-estar animal e se compromete a incentivar o desenvolvimento e viabilização de tecnologias de sexagem in-ovo no país. O compromisso pode ser consultado no site da Planalto Ovos. Com este compromisso, cerca de 300 mil pintinhos deixarão de ser sacrificados por ano.
No Brasil, todos os anos, 84 milhões de pintinhos machos de um dia de vida são triturados vivos, de acordo com a Embrapa. Isso acontece porque os machos não põem ovos e também não são atrativos para a indústria de frango de corte, por não terem o mesmo desempenho e características das linhagens que foram desenvolvidas para essa finalidade.
Desta forma, os incubatórios que produzem esses animais, vendem apenas as fêmeas para as granjas e “descartam” os machos. A prática utilizada para o sacrifício é muito cruel, pois os pintinhos, logo após o nascimento, são jogados em grandes trituradores enquanto ainda estão conscientes. Ou seja, eles são literalmente triturados vivos.
O descarte desses animais também pode causar severos danos ambientais, como contaminação do solo, água e ar, além do material ser um importante fator de risco microbiológico que pode infectar animais e seres humanos.
Tecnologia de sexagem in-ovo
A tecnologia da sexagem in-ovo já está comercialmente disponível em alguns países da Europa, mas ainda não chegou ao Brasil. Ela é capaz de identificar o sexo do embrião ainda no ovo. Dessa forma, os ovos de embriões machos são removidos do processo de incubação e, assim, não geram os animais do sexo masculino, pondo fim à necessidade do sacrifício.
Fim do confinamento em gaiolas
Além do compromisso para acabar com o descarte dos pintinhos machos, a Planalto Ovos também se comprometeu a não construir unidades ou fazer qualquer outro tipo de investimento no sistema convencional de produção de ovos, em que as galinhas são mantidas confinadas em gaiolas – integral ou alternadamente, mantendo a produção 100% livre de gaiolas. Hoje a empresa possui 600 mil galinhas e todas elas são criadas em sistemas livres de gaiolas.
Os dois compromissos da Planalto Ovos significam um progresso para os animais explorados pela indústria de ovos. Não há dúvidas que as práticas mais cruéis desse sistema de produção é a criação em gaiolas e o descarte de pintinhos machos, por isso essas práticas precisam ser banidas e estamos trabalhando para isso
Carla Lettieri, Diretora Executiva da Animal Equality Brasil
Fim das gaiolas e do sacrifício de pintinhos em outros países
Vários países já proibiram o uso das gaiolas em bateria na indústria de ovos, entre eles: todos os países da União Europeia, Canadá, Nova Zelândia e vários estados dos EUA.
O sacrifício dos pintinhos machos está proibido na Alemanha desde o início deste ano, e outros países como Itália e França já aprovaram a proibição legal desta prática e estão em fase de implementação da tecnologia da sexagem in-ovo. No Brasil, o compromisso da Planalto Ovos é o quarto compromisso em menos de quatro meses. O compromisso para banir o descarte de pintinhos machos já foi assumido pelo Grupo Mantiqueira, Granja Raiar e Korin Alimentos.
Nos ajude a proibir a trituração dos pintinhos no Brasil
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