INVESTIGAÇÃO: Revelamos enorme crueldade na indústria de laticínios espanhola


A Animal Equality apresentou uma nova investigação sobre a indústria de laticínios na Espanha. O material gráfico e audiovisual obtido documenta as práticas cruéis e generalizadas que vacas e bezerros sofrem sistematicamente nesta indústria.
A investigação, realizada realizada em onze fazendas nas Astúrias entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, mostra como as vacas são submetidas a ciclos intermináveis de reprodução para produzir leite, são separadas de seus filhotes após o nascimento e são sacrificadas e enviadas para o abate assim que sua produção diminui, por volta dos 6 anos de idade.
Veja a investigação completa abaixo:
As imagens obtidas mostram:
- Separação forçada de mães e filhos logo após o nascimento.
- O leite de reposição para bezerros é fornecido em baldes e até mesmo com tubos longos inseridos na garganta.
- Uso de choques elétricos por meio de um dispositivo conhecido como “pastor” que impossibilita a movimentação confortável das vacas.
- O uso de bastões elétricos para forçar os animais a se moverem.
- Uso de argolas e correntes de metal no nariz para imobilizar o animal.
- Vacas com ferimentos e problemas de mobilidade devido às condições de confinamento, sujeira, pisos duros que causam lesões nas patas e/ou incapacidade de se mover. Com choques elétricos eles são levados para uma máquina de podologia.
Restrição de movimento
Ao contrário da propaganda da indústria de laticínios de vacas livres e felizes, a investigação da Animal Equality documentou que elas têm o movimento permanentemente restrito em uma das fazendas investigadas, e são os trabalhadores que se movimentam para ordenhá-las.
Elas são mantidas em correntes e sob um sistema de eletrificação chamado “pastor”, que lhes dá choques elétricos quando se movem. Os proprietários alegam que é uma forma de “educá-las”.

Outro sistema para imobilizar vacas é colocar um anel no nariz delas preso a uma corrente. Este método, que visa facilitar o manejo e o controle das vacas, é extremamente doloroso, já que o nariz é uma área particularmente sensível. Além disso, seus olhos são cobertos para facilitar sua movimentação e, em alguns casos, os trabalhadores usam bastões elétricos para forçá-las a se mover.
O ciclo da exploração da vaca
Em todas as fazendas investigadas, as vacas são submetidas à inseminação artificial com sêmen sexado para aumentar a natalidade de fêmeas, que são usadas como substitutas de suas mães. A seleção do sêmen também visa perpetuar linhagens genéticas específicas que produzem mais leite e beneficiam os produtores.
Durante a gestação, as vacas continuam sendo ordenhadas até alguns meses antes do próximo parto. Na maioria das fazendas, os bezerros recém-nascidos são separados de suas mães imediatamente após o nascimento, impedindo-os até mesmo de beber colostro, o primeiro leite produzido pela vaca, que é muito importante para fortalecer seu sistema imunológico.

Como todos os mamíferos, as vacas só produzem leite após o parto para alimentar seus filhotes. Por isso, após o nascimento, as vacas são separadas dos bezerros para vender o leite. Na Espanha, 700.000 bezerros são separados de suas mães todos os anos.
Como mostram as investigações, essa separação, que muitas vezes ocorre de forma violenta, gera estresse agudo nas vacas, especialmente naquelas que já foram separadas de seus bezerros anteriormente. Como mostram as imagens obtidas, as vacas resistem ativamente à separação dos bezerros, mostrando sinais de nervosismo e mugindo, mesmo por dias.

Ordenha
O número de ordenhas varia entre as fazendas investigadas, com algumas realizando até três ordenhas por dia. Após o parto e mais de dois meses de ordenha, as vacas são inseminadas novamente e o ciclo recomeça.
Uma doença comum resultante da ordenha contínua por vários anos é a mastite, uma infecção do úbere que causa a secreção de pus. Quase 30% das vacas na Espanha sofrem de mastite em algum momento devido à ordenha excessiva, má higiene ou lesões no úbere.

De acordo com relatos de agricultores nas fazendas investigadas, a produção diária por vaca mais que dobrou em comparação a 30 anos atrás. Principalmente devido à seleção genética.
Esta investigação revela a violência e a crueldade sofridas pelas vacas usadas na produção de leite e seus bezerros durante um dos períodos mais vulneráveis para qualquer mamífero: a gestação, o nascimento e os primeiros dias de vida. – Javier Moreno, cofundador da Animal Equality

Descartada e enviada para abate aos 6 anos de idade
Na indústria de laticínios, a idade das vacas é medida pelo número de partos que elas têm, com uma média de 3 ou 4. Embora em condições normais elas possam viver até 25 anos, em fazendas leiteiras elas são frequentemente abatidas quando têm entre 4 e 6 anos de idade, idade em que sua produção de leite diminui.
Os principais motivos pelos quais as vacas são sacrificadas, além da queda na produção de leite, são dificuldades para engravidar, dificuldades durante o parto, claudicação e problemas nos pés. Na Espanha, até 55% das vacas utilizadas na produção de leite sofrem de claudicação.

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