Pelo fim da matança massiva de pintinhos na indústria de ovos
Mais de 84 milhões de pintinhos machos são “descartados” a cada ano no Brasil, mas essas vidas poderiam ser salvas com a adoção de uma nova tecnologia chamada sexagem in-ovo
Milhões de pintinhos machos são mortos poucas horas após o nascimento por serem considerados resíduos na indústria de ovos no Brasil. A realidade, porém, é que existem tecnologias no mercado, ou em desenvolvimento, que, se adotadas pela indústria, permitiriam identificar o sexo do embrião antes de sua formação, permitindo assim eliminar os ovos sem necessidade de que milhões de pintinhos nasçam apenas para que, totalmente conscientes, sejam cruelmente mortos.
Como as imagens obtidas pela organização Aussie Farms e o relatório dos pesquisadores da Animal Equality mostram, os pintinhos machos são massivamente abatidos poucas horas após a eclosão em incubadoras, sendo triturados vivos, esmagados ou sufocados.
Para a indústria, os machos são considerados inúteis, pois não botam ovos e não têm rentabilidade na produção de carne, por serem de raça diferente da utilizada para esse fim. Os frangos usados para produzir carne foram geneticamente selecionados para crescer muito rápido. Por isso, ainda hoje, no Brasil, os pintinhos machos são mortos nas primeiras 24 horas de vida e sem a utilização de nenhum método de atordoamento.
Essas tecnologias permitem a identificação do sexo dos embriões na fase inicial de seu desenvolvimento, evitando assim o nascimento e morte de milhões de pintinhos machos.
“Este é um problema reconhecido internacionalmente que a indústria também está tentando resolver. Ao contrário de outros países, o Brasil, apesar de ser um grande produtor de ovos, ainda está muito atrás. Na França, o Carrefour já vende ovos produzidos com tecnologia de sexagem in-ovo, na Alemanha o governo alocou 8 milhões de euros para tornar essa tecnologia acessível e várias redes de supermercados estão trabalhando ativamente para comercializar esses ovos.”
Carla Lettieri, Diretora Executiva da Animal Equality.
Representantes da sociedade civil não podem mais ficar parados e assistir sem se opor a esta prática horrível: por isso, a Animal Equality pede à Assembleia Legislativa de São Paulo que se posicione contra o massacre de pintinhos machos, prometendo encorajar a introdução de tecnologias capazes de salvar milhões de animais desse sofrimento.
A tecnologia de sexagem in-ovo também é uma solução economicamente sustentável. Portanto, a mudança está mais pautada em uma questão de vontade, ética e respeito à vida dos animais envolvidos na cadeia de abastecimento, além de transparência com os consumidores.
Junte-se à nossa campanha, vamos acabar com o massacre de pintinhos!